O aumento do contágio pela Covid-19 e sua repercussão no sistema de saúde não pode servir de pauta para inviabilizar a atividade econômica de um país, estado ou município. Definitivamente, não há nenhuma comprovação científica que o funcionamento do comércio seja responsável pelo aumento dos casos de Covid em nosso estado. Um lockdown geral decretaria a falência de milhares de empresas e isso também vai tirar vidas. O desemprego será gigantesco, os danos psicológicos serão devastadores e a criminalidade crescerá de forma exponencial.
A CDL-BC, entidade associativa empresarial mais antiga de Balneário Camboriú, não tem dúvidas de que vidas humanas são fundamentais e que uma vida perdida pode causar impactos irreparáveis a uma família. Nós, como entidade, entendemos claramente a importância que cada vida perdida tem e somos a favor das pessoas em qualquer circunstância.
A pergunta que queremos fazer é: quem vai pagar a conta durante o período de lockdown? Precisamos de condições de sustentação dos negócios. Há um ano, na primeira paralisação, o governo federal assumiu boa parte das despesas das empresas ao oferecer contrapartida nos casos de diminuição de jornada e afastamento dos funcionários por até dois meses. No caso de uma nova parada de 14 dias, o governo estadual vai pagar essa conta?
Nós, empresários, não temos a menor condição de arcar com novo lockdown. Estamos há um ano penando para sobreviver. Muitos, inclusive, foram obrigados a gastar economias pessoais para salvar seus negócios e garantir a empregabilidade, e seguramente não resistem a uma nova paralisação.
Na difícil equação que inclui salvar vidas e manter a economia funcionando, é fundamental que sejam criadas medidas que deem sobrevida também às empresas. Muito mais importante do que a suspensão das atividades é o comprometimento do governo com a aquisição urgente de vacinas; a abertura de novos leitos; a rígida punição para quem promove aglomerações irresponsáveis; a discussão de medidas de combate à pandemia, e as alternativas para salvar a economia.
A vida das empresas e das pessoas que delas tiram seu sustento também precisa ser salva!
* Vilton Santos, presidente da CDL BC