Presidente da Fiesc diz que país pode ser porta para mercado de US$18 trilhões. Foto: Divulgação
A França pode ser a porta de acesso ao mercado europeu, que tem 500 milhões de consumidores e um PIB de US$ 18 trilhões, avalia o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, que participou nesta terça-feira (20) do Fórum Econômico Brasil-França, em Paris. “É uma economia que vem retomando gradativamente o crescimento. Portanto, para o Brasil é importante a presença na União Europeia, e, particularmente, na França, que é o quinto maior investidor estrangeiro do Brasil, com 600 empresas já instaladas no País”, disse.
Retomado em dezembro, em Brasília, o Fórum Brasil-França pretende intensificar a parceria bilateral. O encontro em Paris contou com a participação de 74 empresários, liderados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), dentre os quais dirigentes de Vale, Embraer, Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Eletrobras e BNDES, além do ministro do Desenvolvimento (MDIC), Mauro Borges. Entre as companhias francesas estiveram presentes Airbus, Areva e Casino.
Em reunião com ministros dos dois países, Côrte, que esteve acompanhado do 1º vice-presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, apresentou as possibilidades de Santa Catarina receber investimentos da França pelas condições de qualidade de vida do Estado e por sua força de trabalho. “Temos tradição industrial forte e estamos certos que a partir das reuniões vamos intensificar as relações com os investidores e empresários franceses, o que resultará em visitas a Santa Catarina e em novos investimentos no Estado”, afirmou.
Para ele, a França tem condições tecnológicas de implantar empreendimentos em áreas como energia sustentável, mobilidade urbana e interurbana, além de grande potencial em química. Outros segmentos em que a França tem tecnologias de destaque são os de aviões e na área de energia.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse que a indústria brasileira quer rapidez na conclusão das negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Os empresários brasileiros temem que uma movimentação protecionista da agricultura francesa emperre as negociações do bloco e decidiram buscar aliados na indústria francesa. Atualmente, a França é uma grande beneficiária dos subsídios agrícolas europeus.
“Estamos preparados para discutir transferência de tecnologia e inovação, mas ampliar a relação bilateral depende do acordo de livre comércio”, disse Andrade. A indústria brasileira acredita que ambos os lados seriam beneficiados com o acordo, pela ampliação de seus mercados, com isenção de tarifas e redução de barreiras técnicas, sanitárias e fitossanitárias.
Mauro Borges afirmou que o Brasil concluiu a proposta há sete meses e trabalha nos últimos detalhes para poder trocar ofertas com o Mercosul. “Nossa proposta está pronta desde outubro de 2013. Da parte do Mercosul, estamos na consolidação da etapa final. Esperamos que a União Europeia esteja pronta para trocar ofertas o mais rapidamente possível”, disse o ministro.
A indústria brasileira também tem grande interesse em diversificar a pauta de exportações para a França. O Brasil tem déficit comercial de US$ 3 bilhões com os franceses e uma pauta concentrada em produtos básicos. Em 2013, os manufaturados correspondiam a apenas 25% das vendas brasileiras para o país. No entanto, 98% das importações brasileiras da França são de produtos acabados.
Com uma balança comercial historicamente positiva, Santa Catarina viu em 2013 uma diminuição de 41% nas exportações para o país europeu, na comparação com 2012, para US$ 71,5 milhões. Na combinação com uma alta de 10,2% nas importações, na mesma base de comparação, para US$ 120,7 milhões, o ano passado fechou com saldo negativo de US$ 49,2 milhões no comércio entre o Estado e a França.
Entre os principais produtos embarcados em Santa Catarina rumo ao país europeu, se destacam os motores elétricos, os móveis de madeira e as autopeças. Nas importações, os principais produtos são os circuitos integrados, as ferramentas para cortar metais e os fios de fibras artificiais.
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Via: economiasc.com.br