Segundo especialista, portos precisam se diferenciar com serviços de valor. Foto: Divulgação
O Brasil movimenta 45 milhões de toneladas ao ano de carga geral (Break Bulk) em seus portos e este mercado deve crescer uma média de 3,5% ao ano nos próximos 15 anos, em uma projeção conservadora do PNLP (Plano Nacional de Logística Portuária). Os números foram apresentados pelo sócio executivo do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), Andre Zajdenweber, durante o workshop sobre Break Bulk organizado pelo TESC (Terminal Portuário Santa Catarina), de São Francisco do Sul, no último dia 3, em São Paulo.
Apesar da constante evolução da carga em contêiner, o especialista mostrou que o mercado de carga geral ainda tem espaço para crescer e não deixará de existir. “Existem cargas que são muito desafiadoras para conteinerizar e outras que não têm um custo benefício interessante no contêiner”, afirmou Zajdenweber. Exemplos deste tipo de carga são produtos siderúrgicos (bobinas de aço, tubos, barras, perfis) e florestais (celulose, madeira, papel), além das cargas especiais, que são praticamente inviáveis no contêiner – a exemplo de barcos, usinas eólicas, turbinas e outros.
Outro dado apresentado no workshop que demonstra a pujança do mercado de Break Bulk é a quantidade de portos no mundo que movimentam carga geral: são 340 contra 130 portos de contêiner. Só o porto de Rotterdam, na Holanda, o mais importante da Europa, tem 27 terminais para atender Break Bulk, totalizando 19 km de cais. “Há uma tendência mundial de cargas de projeto nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Mas os terminais precisam ter foco em especialização e capacidade”, afirmou o palestrante especialista em logística.
Considerado o segundo porto público em movimentação de carga geral no Brasil, o porto de São Francisco do Sul, onde está localizado o TESC, apresenta condições favoráveis para atender este mercado. “Temos uma localização geográfica privilegiada e capacidade para atender cargas especiais com bastante flexibilidade, além de infraestrutura e equipamentos para carga geral”, disse o diretor-superintendente do TESC, Roberto Lunardelli.
Desde 2004 o TESC vem realizando as operações da ArcelorMittal de bobinas de aço e demais produtos siderúrgicos e acaba de ampliar a parceria com a operação de exportação de vergalhão de aço, no segmento “longos”. “O TESC nos apresentou um custo competitivo e com nível de serviço que nos fez decidir pelo Terminal”, disse a gerente de logística internacional, Juliana Maia. A primeira operação para este segmento aconteceu esta semana com a exportação de 6 mil toneladas de vergalhão em barra para o Peru, principal mercado da ArcelorMittal para este produto.
Outro cliente que vem utilizando o TESC para operações de carga geral é a Columbia Trading, que também atua no segmento siderúrgico (bobinas e chapas de aço), com importações vindas da Ásia. “Optamos pelo TESC em função da confiança na qualidade da prestação do serviço e pelo custo competitivo. O Terminal nos oferece transparência nas operações, flexibilidade e acesso total a todos os níveis, do comercial ao financeiro”, afirma a consultora de negócios da Columbia, Beatriz Soto Torres.
“O workshop realizado em São Paulo foi uma oportunidade para os players atualizarem seus conhecimentos sobre o setor portuário e o mercado de Break Bulk, bem como para demonstrar a capacidade do TESC em atender as demandas destas operações”, avaliou Lunardelli. O evento contou ainda com a participação do presidente do Porto de São Francisco do Sul, Paulo Corsi.
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Via: economiasc.com.br