Curitiba, Manaus e Brasília foram as sedes com melhor avaliação. Foto: Portal da Copa/Divulgação
A três dias para o fim da Copa do Mundo, uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que na opinião de sete em cada dez brasileiros (74%), a preparação das cidades sede (saúde, transporte, segurança, limpeza urbana etc) não foi suficiente para receber o mundial. Os pesquisadores ouviram 2.558 pessoas de todas as 12 cidades-sede entre os dias 13 e 18 de junho.
De modo geral, os brasileiros não parecem confiantes quanto à capacidade do país para sediar e organizar grandes eventos do porte da Copa. Somente 12% dos entrevistados acreditam que os preparativos foram suficientes. 11% partilham da opinião que não houve qualquer preparo e outros 3% não souberam responder.
Saúde e transporte têm notas baixas
Os entrevistados deram notas de um (péssimo) a cinco (ótimo) para a qualidade de itens de infraestrutura das cidades como segurança, limpeza urbana, estádios e aeroportos. De acordo com a pesquisa, saúde e transporte público receberam as piores notas dos entrevistados: 1,9 e 2,2, respectivamente.
Os entrevistados mostraram neutralidade em relação a outros quesitos. Foram eles: segurança pública (2,5), limpeza urbana (2,8) e qualidade dos aeroportos (3,0). Por outro lado, os critérios mais bem avaliados pelo público foram o potencial turístico (3,5), o comércio local (3,6), a rede hoteleira (3,7), o setor de bares e restaurantes (3,8) e os estádios (3,9).
“A pesquisa mostra que a população aprovou praticamente todos os requisitos de responsabilidade da iniciativa privada. Ou seja, os empresários fizeram o seu papel. Mas por outro lado, toda a preparação de responsabilidade da esfera pública deixou muito a desejar. Esses são temas historicamente sensíveis para os brasileiros, independentemente de grandes eventos”, avalia o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
Panorama das cidades-sede
Entre as cidades, Curitiba (PR) e Manaus (AM) receberam as melhores médias e ficaram empatadas em primeiro lugar entre as cidades mais bem avaliadas para a Copa, ambas com nota 3,4. Destaque para a Arena Amazônia (Manaus), que ao lado da Arena Castelão (Fortaleza) e da Arena das Dunas (Natal), recebeu a melhor avaliação entre os 12 estádios pesquisados, ficando com nota final 4,3. Brasília (DF), por sua vez, recebeu média geral 3,3 e alcançou o segundo lugar no ranking das cidades pesquisadas.
Em terceiro lugar ficaram as cidades de Fortaleza (CE) e Natal (RN), com média final 3,2. As duas capitais nordestinas se destacaram pela qualidade da rede hoteleira local, avaliada com nota 4,0, a melhor pontuação do segmento. Dividem o quarto lugar as capitais Belo Horizonte (BH), Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS) e Salvador (BA).
As cidades de São Paulo (SP) e do Rio de Janeiro (RJ) ficaram em último lugar, na opinião dos próprios moradores. “O que pesou muito para este resultado foi o fato de São Paulo e Rio terem deixado a desejar nas áreas de segurança pública, saúde e transporte público”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Segurança é determinante para o sucesso
Na percepção de 44% dos entrevistados pela CNDL e pelo SPC Brasil, o item “segurança pública” é o quesito mais importante para determinar se a Copa do Mundo será bem avaliada, tanto pelos brasileiros quanto pelo resto do mundo. Essa impressão é ainda mais forte entre os moradores de Belo Horizonte (54%).
E segundo a pesquisa, 8% daqueles que foram aos estádios ao menos uma vez em função do mundial, afirmaram ter sido vítimas de roubo ou furto. Além disso, é importante pontuar que dentre aqueles que participaram do evento nos estádios, 81% declararam ter tomado algum cuidado extra com seus pertences nos dias das partidas.
Manifestações não preocupam tanto
O SPC Brasil também quis saber entre os moradores das cidades-sede, qual seria a opinião sobre prováveis manifestações durante a Copa. De forma geral, 43% das pessoas ouvidas afirmaram ser favoráveis aos protestos. A aprovação é ainda maior entre os moradores de Fortaleza (51%) e do Rio de Janeiro (50%). Os outros 37% dos entrevistados nas cidades-sede dizem ser contra os protestos.
Mais da metade dos entrevistados (58%) acredita que, caso houvesse protestos, isso deve afetaria de forma negativa a imagem do Brasil. Destaque para a capital gaúcha, com 73%, e também São Paulo (SP), com 63%. Apenas 18% dos entrevistados responderam que os protestos teriam impacto positivo na imagem do país.
Metodologia
A pesquisa teve como objetivo mapear as expectativas e primeiras impressões do brasileiro em relação à infraestrutura e organização da Copa do Mundo FIFA no Brasil. Para isso, o SPC Brasil e a CNDL ouviram 2.558 pessoas de ambos os sexos, de todas as classes sociais e acima de 18 anos entre os dias 13 e 18 de junho (primeira semana do mundial) nas 12 cidades-sede. A margem de erro é de no máximo dois pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95% (significa que em 100 levantamentos com essa mesma metodologia, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões).
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Via: economiasc.com.br