Oito meses após a regulamentação do pagamento através de dispositivos móveis, algumas soluções que até pouco tempo eram promessas já estão sendo utilizadas no mercado. Os brasileiros podem, por exemplo, pegar táxi e comprar café sem tirar a carteira do bolso, usando o celular como meio de pagamento. A estimativa da Visa, uma das principais operadoras internacionais de cartão, é que as novas tecnologias possam atrair para os meios eletrônicos cerca de R$ 53 bilhões, em transações feitas sem cartão por profissionais liberais no Brasil, e permitir a cobrança de tarifas sobre esse montante.
O mercado financeiro aposta que as soluções de pagamento via celular são adequadas para pequenos empresários e profissionais autônomos, pois seu custo é menor do que os das máquinas de cartão que estão no varejo. Ao todo, existem 23 milhões de pequenas empresas e autônomos no Brasil, segundo dados do Sebrae, e pelo menos 19 mihões não aceitam cartão.
Em novembro do ano passado, a legislação brasileira regulou o uso de cartão pré-pago associado a um número de telefone e definiu que qualquer empresa que queira transacionar dinheiro via pagamento móvel precisa de autorização do Banco Central. “A regulamentação foi o sinal para que a indústria pudesse investir pesado nessa tecnologia”, diz o vice-presidente da Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Raul Moreira.