Autoridades do estado e representantes de entidades do setor participaram da abertura da Transposul. Foto: José Luiz Rocha/Divulgação

A 16ª Transposul (Feira e Congresso de Transporte e Logística) teve início na tarde desta terça-feira, dia 15, no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre. A feira reúne as novidades tecnológicas de fabricantes de caminhões, pneus, distribuidores de combustíveis e fornecedores do ramo de implementos do país, além de sistemas, equipamentos e serviços. Na abertura, estiveram presentes autoridades do estado e representantes de entidades do setor. Promovido pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do RS (SETCERGS), o evento busca debater os desafios dos segmentos de transporte até quinta-feira, dia 17.

“Os participantes sairão mais atualizados da Feira com o acréscimo de motivação e conhecimento às suas vidas”, acredita o presidente do SETCERGS, Sérgio Neto. Além disso, Neto criticou a situação das estradas e condições de trabalho. “Construímos um país mais digno com nossa profissão, pois transportamos nas carrocerias de ônibus e caminhões muito mais do que as pessoas comem, bebem, medicam ou sonham. Geramos renda, pagamos impostos e não conseguimos usufruir de uma estrutura adequada”, concluiu.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, citou como exemplos de sucesso os EUA e a França. “Os franceses apostaram nos portos, no transporte e em todo o sistema aeroportuário depois da Segunda Guerra Mundial. Isso contribuiu para dar sustentabilidade a uma economia que hoje é considerada global”, falou. Sobre o futuro, o governador disse que para resolver o impasse logístico é preciso um grande esforço político. “Esse esforço será fundamental e deve apontar para uma grande renovação de ideias no parlamento federal”, concluiu.

Palestras

A programação desta terça-feira contou com palestras, como a do CEO da Foton Aumark do Brasil, Luiz Carlos Mendonça de Barros. Mendonça de Barros falou sobre a importância da paciência para a percepção das transformações econômicas e citou o analista John Maynard Keynes como referência. “Ao invés de bruxas ou magos, eu prefiro o Keynes”, brincou. Para ilustrar, o empresário mostrou um gráfico do novo padrão de consumo dos brasileiros, que revelou um aumento de 70% em 18 anos.

O palestrante abordou a questão do Plano Real e suas mudanças na construção da sociedade atual. O economista atentou para o fato de que hoje 70% da sociedade vive na formalidade e isso representou não somente um crescimento na economia brasileira, mas a necessidade de novos planos organizacionais. “O ciclo de expansão que tivemos acabou. Ocupamos quase toda a capacidade produtiva do setor econômico e, daqui para frente, apenas outra política econômica retomará o crescimento”, afirmou.

Mendonça ainda satirizou aqueles que acreditam estarmos à beira de um colapso. “Esse problema é absolutamente clássico e natural em países que tiveram essa performance. Todo mundo sabe que nós esgotamos essa capacidade de continuar crescendo a taxas aceleradas”, alertou. Ele ainda chamou a atenção para a necessidade de um ambiente de confiança para os investimentos. “O investimento desapareceu”. Segundo ele, quando houver mais atenção e parcerias efetivas, os investimentos serão retomados.

Já o presidente da Marcopolo, Paulo Bellini, ministrou palestra contando a história da empresa, que iniciou com apenas 15 funcionários e trabalhava com chapeação e pintura de cabines de caminhões, até a decisão certeira de fabricar ônibus. Hoje a empresa possui três fabricas no Brasil e outras unidades fabris na Colômbia, Argentina, México, Índia, Egito e África do Sul.

Bellini explicou que a Marcopolo investe em capacitação e vai além de profissionalizar o colaborador. “Nosso treinamento é focado em cuidar de gente, de pessoas, é oferecer motivação”, disse. Para ele, a dedicação da equipe vem por meio da felicidade ao realizar o trabalho. “Romper formalidades para formar um grupo. É nisso que acreditamos”.

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Via: economiasc.com.br