Estado exportou mais de três mil toneladas até junho, perdendo apenas para São Paulo em números. Foto: Epagri/Divulgação
Santa Catarina termina o primeiro semestre de 2014 como o segundo maior exportador de mel do país. Com uma produção de aproximadamente seis mil toneladas de mel por ano, o estado exportou mais de três mil toneladas com um rendimento de US$ 12.063.638,00 até junho deste ano. A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca comemora o bom momento do setor e apoia o desenvolvimento da cadeia produtiva com programas de fomento, assistência técnica, extensão rural e sanidade apícola.
O líder em exportações de mel neste primeiro semestre foi São Paulo com um volume de 4,7 mil toneladas e um rendimento de US$ 18.047.631,00. Os dados são da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel) e mostram que no período de janeiro a maio de 2014, as vendas para o exterior cresceram 96,79% em relação ao mesmo período do ano passado, isso representa um acréscimo de US$ 44,9 milhões e 11.917 toneladas, um volume 68,32% maior do que o de 2013.
Os Estados Unidos respondem por 82,94% do total de mel exportado até junho deste ano, o país adquiriu 12 mil toneladas, ou seja, US$ 45.784.049,00. O grande volume de vendas para os norte-americanos pode ser explicado pelo fenômeno do distúrbio colapso das colônias que vêm causando perda de abelhas nas colmeias daquele país.
Santa Catarina é o quarto maior produtor nacional de mel, com a maior produtividade por metro quadrado, e conta com mais de 30 mil famílias dedicadas à apicultura. Segundo o presidente da Federação das Associações de Apicultores de Santa Catarina (FAASC), Nésio Fernandes de Medeiros, as principais regiões produtoras do estado são Sul, Planalto norte, Alto Vale do Itajaí e Grande Florianópolis, sendo que 100 mil colmeias estão cadastradas para produção de mel orgânico. “Para que seja considerada apicultura orgânica exige um manejo diferenciado, com exigências que vão desde a colmeia ficar distante de fontes poluentes até a proibição do uso de medicamentos nas abelhas ou a utilização de tintas convencionais para pintar as colmeias. O mercado internacional para esse tipo de apicultura é muito promissor, principalmente os Estados Unidos”, ressalta o presidente.
A partir desta quinta-feira, dia 17, esse tipo de produção está sendo discutido no 1º Simpósio Nacional de Apicultura Orgânica, em Içara. O evento acontece de 17 a 19 de junho e trará diversas palestras voltadas para o setor e também mini-cursos. Junto com o Simpósio, acontece o 31º Encontro Catarinense de Apicultores e Meliponicultores (ECA) e uma expo-feira de produtos e equipamentos apícolas.
O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, lembra que a apicultura catarinense vai além da produção de mel, cumprindo um papel decisivo na polinização dos pomares, principalmente de maçã. As abelhas são capazes ainda de produzir produtos com funções nutracêuticas e cosméticas com alto valor de mercado. “Os apicultores podem se especializar nesses produtos e agregar valor a sua produção, podemos citar como exemplo o pólen, o néctar e a geleia real que são muito valorizados no mercado”.
A apicultura pode ser ainda uma alternativa para a diversificação da produção em pequenas propriedades, já que o apicultor pode exercer também outras atividades sem conflito com a produção de mel. “A apicultura combina muito bem com os projetos de diversificação de produção, sendo mais uma alternativa de renda para os produtores que investem em leite, reflorestamento e fruticultura”, afirma Spies.
Para incentivar a produção de mel em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca oferece o Programa Kit Apicultura que oferece aos produtores interessados equipamentos necessários para implantação da atividade na propriedade. Cada kit terá na sua composição os seguintes equipamentos: seis colmeias, com ninho e dois melgueiras; cera alveolada para seis comeias; formão; dois macacões completos com máscara; dois pares de luvas e um fumegador, cobertura ecológica, arames, esticador de arame, rainha, núcleo Langstoth, alimentador de cobertura, luvas, jaleco. O valor do kit é de aproximadamente R$ 1.800,00. Ao adquiri-lo, o produtor terá dois anos de prazo para pagamento com parcela anual. Se o pagamento for único, quando do vencimento da primeira, haverá subvenção da ordem de 60% sobre o valor da segunda parcela. Neste caso, o produtor pagará apenas R$ 1.260,00.
O secretário Spies destaca que tão importante quanto a subvenção do Governo do Estado é o projeto de assistência técnica oferecido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) ao produtor. “Isso tem sido um fator determinante para a recuperação da apicultura em Santa Catarina, com assistência técnica de qualidade, pesquisa agropecuária na área de pastagem apícola e sanidade das abelhas é que nós estamos consolidando o estado como um grande polo produtor de mel”.
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Via: economiasc.com.br