Este é o quarto resultado negativo consecutivo para a indústria. Foto: Divulgação
Em junho de 2014, a produção industrial nacional mostrou decréscimo de 1,4% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, quarto resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 3,4%. Na série sem ajuste sazonal, na comparação com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou redução de 6,9% em junho de 2014, quarta taxa negativa seguida e a mais intensa desde setembro de 2009 (-7,4%). Assim, os índices do setor industrial foram negativos tanto para o fechamento do segundo trimestre de 2014 (-5,4%), como para o acumulado dos seis primeiros meses do ano (-2,6%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, com o recuo de 0,6% em junho de 2014, apontou o primeiro resultado negativo desde março de 2013 (-0,9%) e mostrou clara perda de ritmo frente aos resultados verificados em março (2,0%), abril (0,7%) e maio (0,2%).
18 dos 24 ramos pesquisados registram queda em junho
A queda de 1,4% da atividade industrial na passagem de maio para junho teve predomínio de resultados negativos, alcançando as quatro grandes categorias econômicas e 18 dos 24 ramos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências negativas foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-29,6%). Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram dos ramos de máquinas e equipamentos(-9,4%), confecção de artigos de vestuário e acessórios (-10,0%), produtos de borracha e de material plástico (-5,6%), outros equipamentos de transporte (-12,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos(-7,4%), perfumaria, sabões, detergentes, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-3,1%), produtos de minerais não-metálicos (-3,4%) e produtos têxteis (-6,7%). Por outro lado, entre os seis ramos que ampliaram a produção nesse mês, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados porque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,6%), produtos alimentícios (2,1%) e bebidas(2,5%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis, ao recuar 24,9%, assinalou a queda mais acentuada desde o início da série histórica e a quarta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto, acumulando nesse período perda de 33,3%. O segmento de bens de capital (-9,7%) apontou o quarto mês seguido de queda na produção, com perda acumulada de 17,9% nesse período. O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, com redução de 1,3%, eliminou a expansão de 1,1% acumulada nos meses de abril e maio. O segmento de bens intermediários (-0,1%) mostrou a taxa negativa mais moderada em junho de 2014, mas marcou o terceiro mês seguido de queda na produção, acumulando nesse período redução de 1,2%.
Na comparação com junho de 2013, produção industrial cai 6,9%
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 6,9% em junho de 2014, com perfil disseminado de resultados negativos, já que as quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 26 ramos apontaram redução na produção.
Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 36,3%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada em grande parte pela menor fabricação de automóveis, de caminhões, de caminhão-trator para reboques e semirreboques, de autopeças e de veículos para transporte de mercadorias. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram da redução na produção de máquinas e equipamentos (-14,2%), metalurgia (-12,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-25,1%), produtos de metal (-15,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,4%), produtos de borracha e de material plástico (-10,4%), outros produtos químicos(-6,3%) e outros equipamentos de transporte (-21,2%). Por outro lado, ainda na comparação com junho de 2013, entre as cinco atividades que aumentaram a produção, os principais impactos foram observados emcoque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,9%), produtos alimentícios (7,4%), indústrias extrativas (2,9%) e bebidas (9,4%).
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (-34,3%) e bens de capital (-21,1%) assinalaram, em junho de 2014, os recuos mais acentuados entre as grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (-3,0%) e de bens intermediários (-2,9%) também registraram resultados negativos nesse mês, mas em intensidade menor do que a média nacional (-6,9%).
O setor de bens de consumo duráveis recuou 34,3% no índice mensal de junho de 2014, quarto resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e a queda mais acentuada desde dezembro de 2008 (-39,1%). Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela menor fabricação de automóveis (-35,1%), influenciado em grande parte pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Outros impactos negativos importantes vieram de motocicletas (-47,3%); eletrodomésticos da “linha marrom” (-41,0%), por conta da menor produção de televisores; eletrodomésticos da “linha branca” (-32,4%), em função do recuo no produto refrigeradores ou congeladores para uso doméstico; outros eletrodomésticos (-29,3%) e móveis (-16,4%).
O setor de bens de capital, ao recuar 21,1% em junho de 2014, também assinalou o quarto resultado negativo consecutivo no índice mensal, e mostrou a queda mais intensa desde agosto de 2009 (-22,4%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelo recuo observado na maior parte dos seus grupamentos, com claro destaque para a redução de 31,6% em bens de capital para equipamentos de transporte, pressionado principalmente pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques e vagões de passageiros. As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital para fins industriais (-11,8%), agrícola (-15,5%), de uso misto (-8,5%) e para construção (-16,3%), enquanto bens de capital para energia elétrica (8,4%) apontou o único resultado positivo em junho de 2014.
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis, ao recuar 3,0% em junho de 2014, reverteu o avanço de 0,8% assinalado no mês anterior. O desempenho nesse mês foi influenciado em grande parte pelos recuos vindos dos grupamentos de semiduráveis (-11,4%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-3,0%) e de não-duráveis (-5,1%). Por outro lado, o grupamento de carburantes (12,1%) assinalou o único resultado positivo nesse mês, impulsionado pelo avanço na produção de álcool etílico e de gasolina automotiva.
A queda na produção de bens intermediários (-2,9%), que apontou o quarto resultado negativo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior, foi explicada principalmente pelos recuos nos produtos associados às atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (-33,4%), metalurgia (-12,7%), produtos de metal (-17,9%), outros produtos químicos (-6,3%), produtos de borracha e de material plástico (-10,4%), produtos de minerais não-metálicos (-6,1%), produtos têxteis (-10,9%), máquinas e equipamentos (-7,5%) e celulose, papel e produtos de papel (-3,1%), enquanto as pressões positivas foram assinaladas por produtos alimentícios (21,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,0%) e indústrias extrativas (2,9%). Ainda nessa categoria, vale citar também os resultados negativos registrados pelos grupamentos de insumos para construção civil (-11,9%), que apontou o recuo mais intenso desde o início da série histórica e a quarta queda consecutiva nesse tipo de comparação, e de embalagens (-2,7%), que reverteu o avanço de 1,0% observado em maio último.
Índice acumulado no primeiro semestre cai -2,6%
No índice acumulado para o fechamento do primeiro semestre de 2014, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 2,6%, com predomínio de taxas negativas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 18 das 26 atividades investigadas. O principal impacto negativo foi observado no ramo de veículos automotores, reboques e carrocerias (-16,9%). Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram dos setores de produtos de metal (-10,1%), metalurgia (-5,0%), máquinas e equipamentos (-4,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,9%) e outros produtos químicos (-4,1%). Por outro lado, entre as oito atividades que ampliaram a produção, as principais influências foram observadas em indústrias extrativas (4,1%), produtos alimentícios (2,1%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,3%).
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para o índice acumulado nos seis primeiros meses de 2014 mostrou menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-8,6%) e bens de capital (-8,3%), pressionadas especialmente pela redução na fabricação de automóveis (-16,7%), na primeira, e de bens de capital para equipamentos de transporte (-15,1%), na segunda. O segmento de bens intermediários (-2,2%) também assinalou resultado negativo no índice acumulado no ano, mas com queda ligeiramente menos intensa do que a observada na média nacional (-2,6%). Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, com variação positiva de 0,3%, apontou a única taxa positiva, impulsionado principalmente pela maior produção de medicamentos, gasolina automotiva e álcool etílico.
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Via: economiasc.com.br