22 ago 2014

Startup curitibana negocia smartphones usados

Guilherme Macedo, Hermine Tham e Felippe Duarte: responsáveis pela Ziggo. Foto: Bruna Zembuski/Central Press

Guilherme Macedo, Hermine Tham e Felippe Duarte: responsáveis pela startup Ziggo. Foto: Bruna Zembuski/Central Press

Os brasileiros trocam de smartphone a cada 16 meses, de acordo com pesquisa da Motorola Mobility. A maior parte desses equipamentos seminovos tem pelo menos mais um ano de uso, conforme estudo recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que estimou uma vida-útil de cerca de três anos para os aparelhos. De olho no potencial desse mercado, surgiu a Ziggo, startup idealizada por dois empreendedores curitibanos e uma sueca, que desenvolveram uma plataforma específica para a aquisição de smartphones e tablets usados, visando sua recolocação no mercado.

A Ziggo é pioneira no Brasil por adquirir as principais marcas, como Apple, Samsung, LG, Nokia, Sony, Blackberry e Motorola. Outro de seus diferenciais está no fato de aceitar dispositivos operando ou danificados – especialmente telas avariadas ou trincadas, um dos danos mais comuns em smartphones atualmente.

O funcionamento da Ziggo é simples: por meio do portal da empresa, o consumidor informa o modelo e as condições, recebendo uma oferta imediata pelo aparelho. “As pessoas estão atualizando os dispositivos com frequência maior, visando modelos mais modernos. Mas, ao mesmo tempo, encontram dificuldades para repassar o smartphone antigo”, explica Guilherme Marcondes Macedo, sócio-fundador da Ziggo. Na plataforma online, o consumidor encontra preços competitivos, facilidade, agilidade na avaliação, pagamento em até 24 horas, frete grátis e a segurança de tratar com uma empresa especializada.

“Percebemos a oportunidade ao repararmos o receio de muitas pessoas em negociarem seus smartphones nos sites de venda já existentes”, esclarece Felippe Gubert Duarte, diretor-operacional da Startup. Com a plataforma, a Ziggo está inserindo no País o conceito do recomércio ou comércio reverso, algo ainda pouco discutido no Brasil, mas que encontra destaque na Europa e Estados Unidos. “O recomércio promove a recuperação e o reuso de produtos. É também extensão do e-commerce, no qual o cliente é o vendedor e recebe para comercializar seus produtos”, diz Hermine Tham, sócia-fundadora da companhia.

Pesquisas produzidas no Reino Unido mostram que 50% dos smartphones são reaproveitados por meio do recomércio. Ou seja, os clientes aproveitam seus dispositivos antigos para financiar a aquisição de novos aparelhos. “Tendo em vista essa lógica, entendemos que o mercado brasileiro facilmente movimentará 300 mil unidades por mês por meio de plataformas como a Ziggo”, analisa Macedo.

Essa perspectiva se apoia na venda dos smartphones no País – números que crescem a cada ano. Dados do Instituto IDC, especializado em avaliações sobre o setor de tecnologia, mostram que mais da metade das vendas de celulares foram de smartphones. Os aparelhos multifuncionais bateram recorde em 2013, com 35,6 milhões de equipamentos vendidos, crescimento de 123% frente a 2012. As projeções da startup para 2014 são de movimentar 600 dispositivos por mês e atingir 7,5 mil equipamentos em 2015.

Reciclagem dos Resíduos

A Ziggo desenvolveu um braço sustentável, chamado Reciclecel, focado na reciclagem de aparelhos celulares no fim de sua vida útil. Por meio de campanhas, como a www.doeseucelular.com.br, a startup recolhe celulares antigos, organiza a triagem e o processamento dos aparelhos e encaminha o material para a destinação adequada através de parcerias com recicladores. “Algumas partes dos celulares têm papel vital, pois podem ser usados de forma eficiente, infinita e correta, transformando-se em base importante para novos produtos e serviços”, explica Duarte. Todos os lotes reciclados recebem um certificado de destruição, atestando o fim correto aos resíduos.

Idealizadas em 2012, as startups foram lançadas no início deste ano e finaciam suas operações 100% com capital próprio. “Até o momento, contamos apenas com recursos próprios. Acreditamos que potenciais parcerias serão fundamentais para o crescimento do negócio”, avalia Macedo.

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Via: economiasc.com.br