A velocidade em que a tecnologia se desenvolve é imensa, mas alguns varejistas ainda não começaram a investir nem naquilo que é visto como básico. Entenda
Quantas empresas já disseram que a tecnologia matou o seu negócio? Conforme lembra Daniel Pozza, gestor de serviços da NL Informática, algumas, como Nokia e Kodak. “Empresas que tiveram reveses quando fazia seus melhores produtos, investiam em tecnologia, mas na tecnologia errada”, explica.
Nesse sentido, é fundamental que as empresas entendam em que momento estão – e que ferramenta efetivamente precisam. Na NRF, maior feira global de varejo, um mundo tecnológico maravilhoso é apresentado, com muitas soluções e inúmeras possibilidades. No entanto, o executivo recorda que não adianta um gestor mirar na Realidade Virtual, por exemplo, se ele não fez a lição de casa básica, seja com relação a tecnologia ou simplesmente com relação a processos. Assim, ele divide os conceitos que observou no evento norte-americano em três grandes grupos. Confira:
O que toda empresa já deveria estar fazendo
1- Compre online, retire na loja
“Quantas empresas no País conseguem efetivamente fazer isso? Na NRF, o conceito é citado como algo atual, que já acontece, e praticamente não vemos por aqui”, destaca. Inclusive, uma nova possibilidade já é levantada: comprar online e selecionar um local parceiro para buscar o produto.
2- Cloud
“Todo mundo gosta de falar das coisas legais da tecnologia. Para conseguirmos fazer coisas legais, precisamos estar na nuvem. Se alguém ainda não está, está fora da curva. Faz quase dez anos que todo mundo sabe que o futuro é esse e ele está cada vez mais perto”, arremata.
3- Interagir com clientes nas mídias sociais
O processo de compra começa muito antes da loja – em um review do Facebook, o tweet de um amigo. E não adianta: os novos consumidores querem tirar suas dúvidas pelas redes sociais. Dá para perder todo o público que está online?
4- Administrar de perto e com carinho a sua equipe
“Só gente feliz faz cliente feliz”, define. E não adianta acreditar que só as ferramentas fazem o resultado. Como exemplo, o executivo cita que, no último dia de NRF, passou pelo estande do robô Pepper e viu ele totalmente sem bateria. A pessoa responsável por explicar o que ele faz, no entanto, estava lá ao lado dele, sorridente e solícita com todos que desejam conhecê-lo. “Nós sempre seremos melhores que robôs. A tecnologia pode nos levar para caminhos inimagináveis, mas nenhuma tecnologia vai vencer a criatividade humana, ela é só um reflexo do que se passa em nossa cabeça”.
O que já é realidade lá fora
1- Análise de dados
Para Pozza, o varejo nacional realmente precisa começar a tomar decisões baseadas em dados. Lá fora, já é real, e quanto mais esperarmos para começar, pior pode ser.
2- Prateleiras inteligentes
As informações que o cliente precisa podem ficar ali ao seu alcance para simplesmente facilitar seu processo de compra. O executivo cita o exemplo de uma prateleiras para calçados que consegue comparar os produtos – tanto com relação a preço quanto tamanho, modelos parecidos que estão disponíveis, etc.
3- Gestão de conteúdo inteligente
Se os dados estão disponíveis, precisamos usá-los – e também para oferecer informações mais qualificadas ao clientes.
4- Customização
Produtos personalizados para os clientes, indo além das campanhas personalizadas. “Já estamos nessa era, apenas não nos demos conta disso ainda”, brinca.
5- Business intelligence
Provavelmente uma das tecnologias dessa lista que deveria estar na opção ‘O que toda empresa já deveria estar fazendo’. É fundamental para o mundo digital – e vai ditar o futuro de muitas empresas.
O futuro disruptivo
1- Realidade aumentada
Essa é uma realidade cada vez mais próxima, mas tem um grau de especificidade ainda grande. É preciso analisar de acordo com o modelo do varejista – com a consciência de que, claro, vai chegar.
2- Machine learning
As máquinas serão o grande filtro da enorme quantidade de dados que as empresas coletam. Decisões serão assertivas e opiniões não poderão mais basear estratégias. Também está bem perto.
3- Computer vision, análise cognitiva
No estande do Google, na NRF, as pessoas podiam tirar fotografias para que suas feições fossem analisadas. “No futuro, poderemos analisar com que sentimento o cliente saiu da loja baseados nas feições do seu rosto”. Muito futurista? O executivo garante que também está bem próximo.
4- Robôs
Essa é uma tecnologia que já é citada há muito tempo, mas, neste ano, foi comprovado que ela já pode adentrar nosso cotidiano. Seja com robôs de segurança, que fazem a varredura de um estacionamento, por exemplo, até o Pepper, o robozinho que antecede o atendimento ao cliente dentro da loja, demonstrando opções de produtos e conversando com o cliente.
5- Internet das Coisas
“Melhor do que um robô é não precisar de um robô. Com os dispositivos conectados, toda a experiência do cliente fica conectada e chega na palma de sua mão”. O executivo cita como exemplo uma startup que desenvolveu um tablet para acoplar em carrinhos de supermercado. Além de fazer a varredura das prateleiras e identificar possíveis rupturas, a ferramenta mostra um catálogo para o cliente, possíveis promoções, etc. “Parece inacessível? Custa US$ 150 colocar isso em um carrinho”, conta.
6- Realidade Virtual
Para o executivo, a tecnologia que ainda é a mais distante pelo seu nível de sofisticação. Esse distante, porém, não significa muito tempo: é preciso prestar atenção na evolução da tecnologia.
Fonte : NOVAREJO.