A Comissão Presença Indígena de Balneário Camboriú apresentou à Fundação Nacional do Índio (Funai) a proposta de estabelecer um espaço para a venda de artesanatos indígenas e apresentações culturais na Praça da Cultura, além de mais cinco pontos na Avenida Brasil. A proposta foi apresentada ao representante da Funai e das tribos indígenas durante reunião da entidade. Além da Funai, o encontro contou com a participação de representantes das secretarias municipais de Desenvolvimento e Inclusão Social, Idoso, Saúde, Secretaria de Segurança, Conselho Tutelar, Turismo, Aldeia Condá, Sincomércio, CDL, Ação Social, e Associação dos Comerciantes da Avenida Brasil.
Essa foi a primeira vez que os representantes do comércio foram chamados para discutir a questão indígena no município, desde que a comissão foi criada em 2013. Atualmente existem 23 pontos delimitados para a venda de artesanato indígena na cidade, sendo 15 só na Avenida Brasil. A proposta vai agora ser apresentada aos caciques das aldeias Kaikang, que são as que mais enviam índios para vender artesanato na cidade durante o verão. A Funai também se comprometeu em elaborar uma cartilha com normas que devem ser seguidas pelos índios que vão trabalhar em Balneário Camboriú, além de conversar com as lideranças das tribos guaranis que ficam em situação de mendicância pelas ruas da cidade, colocando crianças em situação de risco.
O coordenador da Comissão Presença Indígena e diretor geral da Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social, Orlando Uliano, destaca que a comissão tem como papel sugerir políticas públicas para a melhoria da presença indígena no município. A expectativa é que, nos próximos anos, a venda de produtos artesanais no município seja concentrada em único local, a exemplo do que já acontece em cidades como Gramado e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; Ponta Grossa e Curitiba, no Paraná; e Joinville, em Santa Catarina.
O presidente do Sincomércio, empresário Hélio Dagnoni, destaca a importância da definição de um local específico para a venda de artesanato indígena e apresentações culturais. “O que se busca é encontrar uma alternativa que possa atender os interesses dos comerciantes e dos indígenas”, disse. De acordo com Ary Paliano, representante da Funai de Chapecó, a experiência de definir áreas específicas em outras cidades foi muito positiva. “O que não podemos é proibir os índios de vender o seu artesanato”, enfatizou Paliano. Conforme o presidente da CDL, José Roberto Cruz, anualmente a entidade vem recebendo reclamações da presença indígena nas ruas da cidade, que estaria comprometendo o comércio estabelecido e atrapalhando a circulação das pessoas nas calçadas.
O secretário de Desenvolvimento e Inclusão Social, Luiz Marcelo Camargo, também presente na reunião, entende que a definição de uma área para a venda de artesanato contempla os interesses dos comerciantes, indígenas e da própria comunidade.