Apesar da leve alta do Índice de Confiança da Construção em agosto, resultado não reverte série histórica ruim. Foto: Divulgação
Após cinco meses de pioras consecutivas, o Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getúlio Vargas registra uma melhora relativa no ambiente de negócios entre julho e agosto de 2014. No trimestre findo em agosto de 2014, o índice recuou 9,9% frente ao mesmo período do ano anterior; em julho, a taxa de variação interanual havia sido de -10,3% na mesma base de comparação.
A melhora relativa do ICST foi decorrente de movimentos favoráveis tanto das avaliações em relação ao estado atual dos negócios quanto das expectativas em relação aos meses seguintes. Em bases trimestrais, a variação interanual do Índice da Situação Atual (ISA-CST) passou de -5,8% no trimestre findo em julho, para -5,5 %, em agosto. Em termos mensais, passou de -9,2%, em julho, para -4,3%, em agosto.
Na métrica interanual mensal, a evolução favorável do indicador foi mais pronunciada: a variação do ICST ficou em -8,4% em agosto, ante -12,4% de julho.
Segundo Ana Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, “a despeito da suave melhora, a Sondagem não aponta mudança significativa em relação ao cenário dos últimos meses. Vale destacar que, na questão referente aos principais fatores limitativos à melhoria dos negócios, em agosto, pela primeira vez, a preocupação com a demanda superou a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. Esta mudança retrata bem o momento de desaceleração da atividade e a incerteza do setor em relação aos próximos meses.”
A variação interanual trimestral do Índice de Expectativas (IE-CST) também acompanhou a melhora do ambiente, ao passar de -14,0%, em julho, para -13,5%, em agosto. Assim como no ISA-CST, a evolução do IE-CST em termos mensais foi mais significativa, ao passar de -15,1%, em julho, para -11,7%, em agosto.
Dos onze segmentos pesquisados, oito apresentaram melhora na métrica interanual trimestral. Os principais destaques foram os segmentos de Obras de Telecomunicações, cuja taxa passou de -5,1%, em julho, para 6,0%, em agosto; Obras de Acabamento, de -9,3% para -7,3%; e Obras de Arte Especiais, de -13,0% para -11,5%, respectivamente, nos mesmos períodos.
A melhora do ISA-CST foi resultado de movimentos convergentes dos quesitos que o compõem: no quesito evolução recente da atividade, a variação interanual do Indicador Trimestral passou de -6,5%, em julho, para -6,0%, em agosto; e no quesito situação atual dos negócios houve estabilidade, com o indicador passando de -5,0% para -4,9%, respectivamente, nos mesmos períodos. Das 701 empresas consultadas, 17,9% avaliaram que o nível de atividade aumentou no trimestre findo em agosto de 2014, contra 19,8% no mesmo período do ano anterior; já 23,3% das empresas reportaram que a atividade diminuiu (contra 19,2%, em agosto de 2013). No quesito situação atual dos negócios, 20,3% a avaliaram como boa, na mesma métrica temporal, (contra 22,9%, em agosto do ano anterior); e 19,7%, a consideraram ruim (contra 17,7%, em agosto de 2013).
O quesito que mede o grau de otimismo com a demanda nos próximos três meses foi o que exerceu maior influência no crescimento do IE-CST. Sua variação interanual trimestral passou de -15,6%, em julho, para -14,4%, em agosto. A proporção de empresas que prevêem aumento da demanda no trimestre findo em agosto de 2014 é de 22,8%, contra 33,0% há um ano, enquanto a parcela das que prevêem piora foi de 15,7%, contra 7,9%, em agosto do ano anterior. (FGV/Ibre)
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