20 jun 2014

Custos de produção da pecuária sobem mais de 5%

vaquinha

Alta no primeiro trimestre é registrada em avaliação da CNA e do Cepea. Foto: Divulgação

Com a valorização do bezerro, o encarecimento da suplementação mineral e o reajuste do salário mínimo, os pecuaristas tiveram mais despesas com a atividade no primeiro trimestre de 2014. O Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba os gastos do dia a dia, subiu 5,52% nos primeiros três meses do ano. Já a alta do Custo Operacional Total (COT), que inclui o COE mais a depreciação de patrimônio, foi de 4,82% no mesmo período.

Os dados estão no boletim Ativos da Pecuária de Corte, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo a publicação, enquanto o aumento médio do preço do bezerro foi de 11,93%, as despesas com suplementação mineral aumentaram 2,31%, e o reajuste salarial teve elevação de 6,78%. Juntos, os três itens representam 82% do COE.

Segundo o levantamento, uma das justificativas para a alta foi a restrição de animais para abate, o que influencia também os preços dos animais de reposição, os bezerros. A seca atípica foi outro fator que provocou a alta dos custos de produção, pois reduziu as pastagens e o produtor teve de aumentar o uso da suplementação mineral, para suprir a ausência de chuvas. O reajuste do salário mínimo em janeiro também pesou no COE.

“A retomada das chuvas em março não foi suficiente para reverter os efeitos da seca. Investimentos em pastagem foram perdidos, houve queda de qualidade de silagem e alta nos preços da ração e suplementação mineral”, explica o boletim. Ainda no primeiro trimestre, outros itens, como adubos e corretivos e defensivos agrícolas, também acumularam altas de 3,33% e 2,77%, respectivamente.

Na avaliação da CNA e do Cepea, a expectativa é de aumento da demanda por carne bovina, em função da Copa do Mundo e alta do dólar, o que obrigará o pecuarista a aumentar a oferta de animais para abate. “Muito provavelmente, o abate de fêmeas para suprir a falta de animais continuará, e esses efeitos deverão ser percebidos nos próximos anos”, diz o levantamento.

O estudo constatou, ainda, aumento expressivo de produtividade na pecuária nos últimos anos, nas propriedades que utilizam os regimes de recria e engorda do rebanho. De 2002 a 2013, a quantidade de animais por hectare subiu 44% na região Sul e 43% no Centro-Oeste. Na região Sudeste e na Bahia, a ampliação foi de 24%, enquanto na região Norte, a ampliação foi de 21%. Este cenário, afirma o boletim, é reflexo da redução das áreas de pastagem, substituídas por culturas como soja e cana-de-açúcar.

“Pecuaristas têm buscado elevar a produtividade por meio do manejo de pastagem, otimização de técnicas de produção, ou, ainda, por meio da integração lavoura-pecuária”, justifica o boletim.

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Via: economiasc.com.br