Após a reunião de trabalho com a empresa Transgas, em Nova York, o governador de SC, Raimundo Colombo, fez uma análise do cenário econômico de Santa Catarina. O desempenho do agronegócio, o impacto das obras do Pacto Por Santa Catarina e a construção de um modelo de economia focado nas potencialidades de cada região são alguns dos temas tratados pelo governador na entrevista a seguir:
SC tem alcançado resultados expressivos na criação na geração de empregos. A que o senhor atribui este resultado positivo?
Colombo – De fato, nós vivemos um momento de excelentes resultados. Dados internacionais apontam SC como o segundo melhor nível de emprego do mundo, consideradas as proporções. Diversos setores da nossa economia tiveram crescimento excepcional nos últimos anos. Nós temos uma economia baseada na exportação e o aumento do dólar também nos ajudou. Outros fatores também deram espaço para Santa Catarina entrar no mercado internacional. O fato de ser uma zona livre de febre aftosa sem vacinação ajuda muito o agronegócio. Igualmente temos uma perspectiva muito boa em curto e longo prazo com a abertura do mercado japonês, por exemplo. A estabilidade da economia japonesa permite que os produtores do Oeste façam os investimentos necessários em suas propriedades já que o risco de negócios com os japoneses é sempre muito baixo.
O agronegócio é importante para Santa Catarina, mas existem outros setores que precisam ser renovados. O que o governo do Estado está fazendo para manter a economia em equilíbrio?
Governador – Alguns segmentos importantes da nossa economia como o da madeira e o cerâmico estão reencontrando o caminho para a conquista de novos mercados. A indústria metal mecânica que, aqui no Estado, conta com empresas do porte da GM, por exemplo, que já está produzindo motores em Joinville; e a BMW, uma grife mundial em design e tecnologia, que deve começar a produzir nos próximos meses na fábrica em Araquari, mudaram os nossos referenciais de tecnologia, eficiência na produção e capacitação profissional. Outro gigante do setor é a fabrica de caminhões Sinotruck que, ao entrar em operação na Serra, estabelecerá uma nova cadeia produtiva, um novo patamar de desenvolvimento na região. O turismo tem batido recordes. A maçã teve uma boa safra. E, claro, há um conjunto de fatores que ajudam Santa Catarina a ter e manter esse ritmo de desenvolvimento como o Pró-Emprego, Prodec e ações diretas do governo na busca de parcerias para viabilizar novos negócios.
Em 2014 passou a valer a resolução 13 do Senado – medida que unificou em 4% a alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações interestaduais de transporte de mercadorias importadas. Isso trouxe prejuízo financeiro para o Estado. Como essas perdas estão sendo compensadas?
Governador: Só em janeiro deste ano, Santa Catarina perdeu R$ 91 milhões de sua receita e ainda estamos perdendo cerca de R$ 40 milhões ao mês. A solução para reestabelecer a receita é operar com volume muito maior. Isso dinamiza os portos. De fato, acho que o cenário favorável, em que pese toda essa insegurança da economia e as travas de um processo eleitoral que sempre traz incertezas e postergação aos investimentos. Mas nós estamos seguros de que vamos ter um cenário bastante positivo para Santa Catarina nos próximos anos.
De que forma o Pacto, que tem obras em andamento nas áreas de infraestrutura, saúde, educação e segurança, contribui para o estabelecimento deste cenário para SC?
Quando você consegue injetar, por parte do Estado, um volume de recursos em infraestrutura isso movimenta toda a cadeia produtiva. A infraestrutura é um vetor forte de competitividade, da própria geração de empregos e da atividade econômica. Nós estamos num volume de investimentos extremamente elevado (são R$ 10 bilhões), o maior das últimas décadas em Santa Catarina. Isso produz resultado imediato tanto na eficiência quanto na produtividade das empresas. Com o crescimento da produção, seja em que setor for, há o aumento na movimentação dos portos, nas rodovias, há geração de emprego, aumento da renda. Em 2014 vamos bater todos os recordes nos investimentos públicos.
Uma das preocupações do governo é manter o ritmo de crescimento de forma equalizada, ou seja, todas as regiões precisam crescer…
Eu considero isso uma coisa sagrada para a SC. Manter sua distribuição demográfica, manter o seu modelo de desenvolvimento sob o aspecto cultural, econômico e de convivência. É estes valores que fazem o Estado ser diferenciado. Mas para que isso se mantenha é importante dar apoio às pequenas comunidades. Veja o exemplo do Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam). É um programa fundamental para os municípios. É a prefeitura que estabelece as prioridades para usar os recursos. Neste ano nós já repassamos mais de R$ 1 bilhão para as prefeituras entre Fonte 100, Fundam, Fundo Social e Badesc. Para se manter o ritmo de crescimento de maneira equilibrada em todas as regiões é preciso valorizar as comunidades locais e potencializar seu desenvolvimento.
E quanto à conclusão da BR-101 e a chegada de novos investimentos no Sul do Estado?
Nós deixamos de ser o zero da BR-101. A infraestrutura está sendo melhorada. O Porto de Imbituba bateu recorde, o Aeroporto de Jaguaruna, em breve, terá voos comerciais. Há uma negociação com as companhias aéreas em andamento. A duplicação da BR-101 Sul avançou muito e, em breve, estará com condições de tráfego adequadas. E tem agora essa nova possibilidade de investimento com o interesse da Transgas em produzir fertilizantes a partir do carvão. É um investimento alto de quase US$ 2 bilhões. É um investimento importante para o Sul do Estado porque aproveita a matéria-prima da região, capilariza o crescimento e atende uma demanda do mercado nacional que hoje importa 90% do fertilizante consumido no país.
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Via: economiasc.com.br