Negociar dívidas junto ao banco pode ser vantajoso para o consumidor. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. O estudo revela que oito em cada dez consumidores (84%) inadimplentes conseguem quitar as dívidas renegociando o valor diretamente com os bancos.
Quando se procura um banco para renegociar dívidas, deve-se chegar falando a verdade. Que não há como pagar o débito e deve pedir a diluição da dívida em parcelas possíveis de serem pagas , aconselha o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges.
A pesquisa revela uma mudança de comportamento dos bancos em relação aos clientes, sobretudo os de menor poder aquisitivo. Se antes o diálogo era inflexível, agora as instituições parecem querer ouvir propostas e renegociar, independentemente do perfil do correntista. O estudo mostra que o número de consumidores das classes C, D e E que conseguiram chegar a um acordo com o banco é 6% maior do que os das classes A e B.
O levantamento aponta que 47% dos devedores estão na classe C. O resultado já era esperado pelo SPC Brasil. O aumento do poder aquisitivo desse setor fez com que aumentasse a oferta de crédito para esse público, que, no geral, não tem sólida educação financeira , opina Borges. Tanto que a maioria (66%) dos entrevistados afirmou que deveria ter controlado os impulsos, além disso, 32% dos participantes admitiram que não estariam inadimplentes caso tivessem criado um planejamento financeiro.
Para ele, a solução é investir onde há falta: a educação financeira. Já existem escolas que ensinam crianças e adolescentes a lidar com finanças pessoais. Além disso, há inúmeros sites didáticos na internet que permitem ao consumidor aprender a se equilibrar , aponta o gerente financeiro do SPC Brasil.
A entidade ainda concluiu que quatro em cada dez consumidores inadimplentes tiveram os nomes incluídos em serviços de proteção ao crédito por atrasos referentes a cartões de crédito (46%) ou financiamentos bancários (40%). Quase a metade dos débitos (45%) estão concentrados em valores entre R$ 1 mil e R$ 5 mil.
Fonte: Jornal do Commercio/PE