Durante evento, Instituto Ayrton Senna foi homenageado por seus 20 anos de existência. Foto: Marcos Campos/Divulgação
Escrever e fazer cálculos não é o suficiente para se ter sucesso na vida. Para a presidente do Instituto Ayrton Senna (IAS), Viviane Senna, estudos nos campos da psicologia, neurociência e economia mostram que essas competências cognitivas são a linha de largada, mas não a linha de chegada. “É necessário, além delas, um conjunto de habilidades como iniciativa, flexibilidade, trabalho em equipe, colaboração, disciplina, respeito, responsabilidade, inovação e criatividade para uma pessoa ser bem-sucedida atualmente”, esclareceu. Ela ministrou a palestra de abertura do segundo Workshop Internacional de Educação, promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), ontem, dia 26, em Florianópolis.
Para a presidente do IAS, o Brasil mantém disparidades socioeconômicas, ressaltando que parte da população vive em condições semelhantes às do Canadá e outra parte com padrões idênticos à Nigéria – países com elevada diferença nos indicadores de qualidade de vida. “Temos o grande desafio de fazer com que todos os brasileiros morem no mesmo país, de preferência no Brasil de primeiro mundo que estamos construindo”, salientou.
Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, as pessoas que podem ampliar sua formação educacional têm melhores condições de discernir e de fazer escolhas, o que também representa oportunidades de crescimento e avanços sociais.
No workshop, a Fiesc também prestou homenagem ao IAS, pela contribuição à educação no País, em 20 anos de existência. Viviane Senna e o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, assinaram termo de cooperação para realizar ações conjuntas de estudos e pesquisas, em especial, relacionadas a competências socioemocionais. A Federação também assinou termo de cooperação com a Universidade HAMK de Ciências Aplicadas, da Finlândia, para a formação de docentes.
Para o embaixador da Polônia no Brasil, Andrzej Maria Braiter, o trabalho do professor deve ser apreciado e valorizado. “Devemos saber como cobrar os conhecimentos dos alunos, e o responsável por isso não é o próprio aluno, mas sim o professor. Por isso devem ser escolhidos os melhores docentes, e isso é questão de espírito, de organização para o trabalho e motivação para o aluno”, disse, durante painel que discutiu o tema. Segundo Braiter, os empresários podem atuar também nesse processo. “Se eles tiverem contato com o sistema educativo e captarem talentos no momento certo, estimulando e ajudando os alunos no processo educacional, certamente o retorno será de um cidadão que irá contribuir com o desenvolvimento do Estado e do País”, finalizou.
Kauko Hämäläinen, da Universidade de Helsinque, destacou que o modelo educacional da Finlândia prioriza o ensino profissionalizante articulado ao ensino médio e à formação de docentes. No País, que ocupa posições de destaque no Programa Internacional de Avaliação do Estudante (PISA), não há analfabetismo, a taxa de evasão escolar é inferior a 1% e os alunos têm de 7 a 8 horas diárias de aula. “A atração pelo ensino profissionalizante está se desenvolvendo na Finlândia. Pelo menos 95% dos jovens de até 15 anos cursam o ensino médio concomitante com o profissional”, explica.
O secretário estadual de Educação, Eduardo Deschamps, participou de painel com os representantes da Polônia e da Finlândia. Ele destacou três fatores essenciais para revolucionar a educação catarinense: currículo, professores capacitados e boa gestão. “Temos feito um grande movimento para atualizar a proposta curricular, incluindo assim o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Também estamos investindo na formação inicial e continuada de docentes, e inovamos o processo de escolha dos diretores para priorizar o atingimento de metas de qualidade”, elencou Deschamps. “É um esforço enorme nesse sentido e precisamos contar com o engajamento do setor empresarial”, completou.
Prêmio A Indústria pela Educação
Sincol, BN Papel Catarinense, Nord Eletrixc, Zen, Plasson do Brasil, J.A. Indústria de Máquinas, Portobello, Sopasta e Laticínio Santa Bárbara foram reconhecidas pela Fiesc durante o workshop por suas práticas educacionais. Mais de cem projetos foram inscritos no Prêmio Fiesc Indústria pela Educação.
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Via: economiasc.com.br