Evento reuniu mais de 180 empresários, representantes de sindicatos, autoridades e especialistas para discutir qualidade de vida. Foto: Marcos Campos/Divulgação
Baixa produtividade é o principal custo relacionado à falta de saúde no ambiente corporativo, defendeu, na Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina , o americano Sean Sullivan, co-fundador, presidente e CEO do Institute for Health and Productivity Management (IHPM) e da Workplace Wellness Alliance (WWA).
O conferencista falou sobre Saúde e Qualidade de Vida como elemento estratégico de competitividade no cenário global em evento promovido pelo Sesi/SC, na quarta-feira, dia 1.
O encontro reuniu mais de 180 empresários, representantes de sindicatos de indústria, autoridades e especialistas para debater o tema.
“O custo em assistência médica não é a principal despesa relacionada à falta de saúde nas empresas. A perda de produtividade por falta de saúde é duas a três vezes maior do que o aumento de custos em assistência médica de trabalhadores”, enfatizou Sullivan.
De acordo com o conferencista, o investimento na saúde do trabalhador da maneira certa pode ter um grande impacto sobre a produtividade e só começou a ser medido recentemente. “Muitas empresas ainda não entendem a situação, mas, provavelmente, é uma das coisas mais importantes que podem fazer para melhorar seu desempenho financeiro e competitivo”, disse.
Para Sullivan, esses dados sugerem que o impacto total da doença nas economias é também maior que os gastos nacionais em assistência médica. “Isso torna a saúde uma oportunidade de investimento, não somente para as empresas, mas também para os países, já que há um impacto na performance econômica e produtiva”, explicou Sullivan, acrescentando ainda que a saúde dos trabalhadores está se tornando a maior fonte de vantagem não utilizada em uma economia global em expansão.
Na abertura do encontro, o presidente da Federação, Glauco José Côrte, destacou a importância de se discutir o tema no meio industrial. “Estamos criando condições para que as indústrias, de fato, possam investir em qualidade de vida. Um trabalhador mais saudável é também mais produtivo e falta menos. Isto apresenta resultados positivos para o setor, o trabalhador e a economia do Estado”, concluiu.
O superintendente do Sesi/SC, Fabrízio Pereira, ressaltou que discussões como estas promovidas na conferência internacional integram as pautas prioritárias da Fiesc. “A promoção da saúde e bem-estar dos trabalhadores é uma das causas nas quais estamos engajados”, afirmou.
O diretor técnico do Sesi/SC e presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), Eloir Simm, destacou que 84% das faltas ao trabalho estão relacionadas às doenças não-ocupacionais, ou seja, aquelas adquiridas com o passar do tempo. “Apenas 16% dos afastamentos são decorrentes de doenças ocupacionais. O ambiente de trabalho é bom, segundo os trabalhadores, mas as escolhas das pessoas é que muitas vezes interferem nesses indicadores”, esclareceu.
Entre as ações promovidas pelo Sesi/SC, Simm enfatizou duas estratégias: estimular os trabalhadores a ter um estilo de vida mais saudável e, junto com as indústrias, criar ambientes mais seguros e saudáveis. “Esse é o grande foco de atuação da FIESC e do SESI para que a gente minimize o impacto negativo das doenças e dos custos com a saúde”, finalizou.
A discussão sobre a saúde do trabalhador e a sua relação com a competitividade das empresas ganha força também no Brasil, que sediará a terceira edição do encontro mundial sobre o tema, o Global Healthy Workplace Award and Summit, em 18 e 19 de maio de 2015.
A escolha de Florianópolis como cidade-sede, proposta pelo Sesi e pela Fiesc, foi anunciada em maio, em Xangai, na China, durante a segunda edição do evento. O Brasil será o terceiro País a sediar o encontro, que deve contar com representantes de 50 países.
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Via: economiasc.com.br