Representantes de entidades do setor estiveram na sede da federação nesta quarta. Foto: Divulgação
Jessica Melo
A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) realizou nesta quarta-feira, dia 28, um debate sobre os desafios e oportunidades do setor turístico. Anita Pires, Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Eventos (Abeoc) destacou que o impacto da atividade turística atinge vários setores. “Onde existem turismo, existem hotéis, a indústria é muito mais dinâmica”, aponta. O diretor de relações industriais e institucionais da Fiesc, Henry Quaresma, concorda que os temas são relacionados economicamente. “Todo o mecanismo que envolve o setor turístico é um setor industrial um hotel, por exemplo, é um produto da construção civil”, exemplifica.
Anita, em sua apresentação, trouxe uma série de dados sobre o turismo estadual e nacional. Para ela, o cenário em Santa Catarina tem bons indicadores. O setor, representa 12,5% do PIB estadual, acima da média nacional e mundial. Pelo sétimo ano, Santa Catarina foi escolhida pela revista Viagem e Turismo como melhor destino turístico do país. Florianópolis é a 4ª cidade brasileira que mais recebe eventos internacionais. A presidente da Abeoc falou das diversas atrações turísticas em Santa Catarina, além das belezas naturais das praias, cânios e serras. De acordo com ela, também atraem muitos turistas a diversidade étnica, festas e festivais, como o Festival de Música e Dança, em Joinville, e a Oktoberfest, em Blumenau. “Os eventos estão cada vez melhores, cada vez mais profissionais”, acredita.
Marco Aurélio Floriani, Presidente do Convention Bureau de Florianópolis, destacou como case de sucesso recente a realização do congresso técnico da Fifa em Florianópolis. “Foi uma bela recepção para jornalistas do mundo inteiro”, opina. Para ele, se o município tem capacidade e competência técnica para sediar esse tipo de evento, pode realizar qualquer um. No entanto, para Floriani, o turismo também se faz com aeroportos, rodovias, atendimento médico e segurança.
Já o presidente da Associação da Industria Hoteleira de SC (ABIH), João Eduardo Amaral Moritz, acredita que a classe empresarial está fazendo sua parte para o desenvolvimento do setor, mas o governo não. “Esse último verão foi triste. Já imaginou você estar num hotel e não ter energia elétrica e não ter água?”, indaga. Ele citou que há problemas para o acesso à Santa Catarina por terra, mar e ar. Moritz destacou que há problemas nos aeroportos, que estariam atrasados, as estradas, com problemas, e não há marinas na região. Para ele, é necessário criar uma casa do turista para apoiar a visitação dos cânios em SC, de um mirante na Serra do Rio do Rastro e reativar a visitação das minas de carvão só sul do Estado, com algumas readequações.
Valdir Walendowsky, presidente da Santur, destacou a necessidade de buscar outras atividades e outros segmentos turísticos que não sejam “sol e mar”. Ele acredita que o Estado de Santa Catarina possui características similares às da Itália e poderia investir em alguns aspectos parecidos do turismo. Ele destaca a união do turismo com a cultura, juntando a geografia, a diferença de etnias, arquitetura, música e culinária. De acordo com ele, o turismo religioso, GLS e o que vai às praias já está consolidado, mas é necessário buscar turistas também da área da inovação, com destaque para Florianópolis.
Copa
A presidente da Abeoc citou a pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o perfil do turista para a Copa. 580 mil a 600mil turistas estão com passagens compradas para o Brasil. A maior parte é de homens de 25 a 40 anos, que não conhecem o Brasil e nunca foram a uma Copa, apenas já ouviram falar do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasilia. Entre os motivos para vir ao país, predominou a resposta “conhecer o país do futebol”. Os turistas esperam sol, praia e ecoturismo, sendo que 69% deles pretende viajar.
“O antes já acabou, não planejamos, não acertamos. Qualquer lugar do mundo que tenha Copa tem problemas, mas para nós, no Brasil se transformou numa nuvem negra que está em cima do país”, acredita Anita Pires. “Temos que olhar as oportunidades”, destaca.
O presidente da Santur concorda e disse que a promoção deveria ter sido feita quando foi definida a Copa. No entanto, ele cita que houve divulgação para Santa Catarina em diversos eventos ingernacionais na Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e na América do Sul. “Nossa expectativa é como a expectativa do Brasil. Nós já temos vários grupos de vários países que vão ficar em Santa Catarina, como o grupo da Argélia que vai ficar em Balneário Camboriú e também em Florianópolis. Aqui também estão vindo espanhóis e italianos”, relata. “Não podemos esperar que pessoas que estão no Norte e Nordeste venham para o Sul. Até porque temos vários problemas, como passagens aéreas muito caras. As pessoas que vão circular aqui no Sul do Brasil são as que estão de São Paulo para baixo, principalmente dos países que estão jogando em Curitiba e em Porto Alegre”, explica.
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Via: economiasc.com.br