26 nov 2014

Inovação na produção de leite

O setor leiteiro em Santa Catarina tem crescido 8,6% ao ano. Foto: Divulgação

O setor leiteiro em Santa Catarina tem crescido 8,6% ao ano. Foto: Divulgação

O setor leiteiro em Santa Catarina tem crescido 8,6% ao ano, e a região Oeste catarinense representa 73% dessa produção. Com o aumento na produção leiteira, é necessário cada vez mais um aprimoramento e atualização nos processos. Com foco no aumento da produtividade, rentabilidade e qualidade no leite, a Mais Leite desenvolveu um sistema de gestão da propriedade. A empresa que integra a Incubadora Tecnológica (Inctech) da Unochapecó desenvolve, há dois anos, um sistema que consiste no cadastro de dados para o controle reprodutivo e gerencial da atividade, obtendo resultados estratégicos para a propriedade.

Segundo dados da Secretaria de Agricultura e Pesca do Estado de Santa Catarina, os três estados do Sul pretendem liderar a produção de leite no Brasil a partir de 2015. No próximo ano, os estados concentrarão 35% da produção do setor, 2% além da atual produção, que está em 10,8 milhões de toneladas de leite por ano.

O Oeste de Santa Catarina, Noroeste do Rio Grande do Sul e Sudoeste do Paraná são hoje as regiões que mais crescem em produtividade do leite no Brasil. Com cerca de 300 mil produtores distribuídos por quase todos os municípios, o Sul é responsável por 33% da produção brasileira de leite, com 11 milhões de toneladas de leite por ano. A expectativa é de que em 10 anos, a produção aumente 77%, chegando a 19,5 milhões de toneladas de leite por ano.

De acordo com a sócia-proprietária da Mais Leite, Táubita de Sordi, bacharel em Sistemas de Informação, com especialização em Engenharia e Qualidade de Software pela Unochapecó, apesar de o país ser considerado um dos grandes produtores mundiais de leite, sua pecuária não pode ser considerada de modo geral como especializada, devido à grande heterogeneidade de sistemas de produção. “Hoje a pecuária leiteira com alto grau de tecnologia e inovação convive com a pecuária extrativista, com baixo nível tecnológico e baixa produtividade. Diante disso, o projeto da Mais Leite busca contribuir para a estruturação da cadeia produtiva, articulando e integrando ações na busca pelo desenvolvimento e satisfação dos produtores e consumidores”, destaca.

Os primeiros passos – O sistema já começou a ser instalado nas propriedades da região com a finalidade de constatar que a tecnologia empregada influencia na produtividade, rentabilidade e qualidade do leite. Já foram realizadas duas visitas em novembro nos municípios de Galvão (SC) e de Águas Frias (SC). Além de uma visita da turma do curso de Bovinocultura de Leite em São Lourenço do Oeste, onde foi feita demonstração e liberação de acessos ao sistema para alunos, técnicos e proprietários que trabalham com a bovinocultura de leite.

Táubita explica que nas propriedades de Galvão e Águas Frias será realizado um trabalho em conjunto com o curso de Agronomia da Unochapecó. “O software Mais Leite, com uma consultoria para a produção leiteira, será analisado por um estudante em seu trabalho de conclusão de curso, que avaliará através de indicadores quais são os melhores resultados que podem ser obtidos com o efetivo acompanhamento e tecnologia empregada”, explica ela.

Para o professor do curso de Tecnólogo em Produção Leiteira da extensão de São Lourenço do Oeste, Celso Zarpellon, num mundo competitivo onde se tem muitas opções de tecnologias a serem aplicadas, a gestão é fundamental para definir a escolha de qual delas traz melhores resultados. O que provoca mudanças numa propriedade é a tecnologia utilizada. No entanto, é o processo de gestão que mede o impacto dessa tecnologia e também se a mesma produz resultados compensadores. Para isso a administração trabalha com fatos e dados, e não com “achômetros”.

“Tomando como exemplo a atividade leiteira, é a administração quem produz informação de qual o custo de produção do litro leite, se é R$0,20, R$0,40, R$0,80, ou R$1,20. Um produtor rural que tem um custo de produção do litro de leite R$1,20 e vende o mesmo a R$1,10 terá prejuízo com a atividade. Esse agricultor somente saberá disso se fizer os cálculos, caso contrário ele apenas concluirá que a atividade leiteira não é vantajosa. É comum terceirizar a causa do prejuízo para o governo, a cooperativa, o sindicato, etc”, explica o professor. Para Celso, a utilização de um sistema que simplifique a geração de informações, como o software Mais Leite, facilitará o agricultor na tomada de decisões na utilização de uma ou de outra tecnologia, bem como de mensurar o impacto das mesmas.

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Via: economiasc.com.br