Como você se comunica com seu chefe? Por mensagem no WhatsApp, e-mail, telefone ou videoconferência? Da tradicional pausa para um café e um feedback mais informal, a relação entre líderes e liderados fica cada dia mais digital.
A grande tendência na área de recursos humanos é o uso de aplicativos. Já no recrutamento, a Revelo mostrou o sucesso de conectar empresas e candidatos por meio do telefone, o que trouxe agilidade para a comunicação.
O mesmo acontece com o lançamento da Qulture.Rocks, startup de tecnologia para RH, para auxiliar a gestão de equipes. Apenas com os clientes existentes da empresa, mais de 20.000 pessoas já estão usando o aplicativo toda semana; e, em pesquisa de satisfação, oito em cada dez profissionais já contaram que ficariam frustrados se perdessem o recurso.
Segundo Francisco Homem de Mello, presidente da startup, o objetivo é que o aplicativo seja uma caixa de ferramentas para o líder; além de facilitar o trabalho do RH das empresas. “A gente sempre fez softwares para o RH. E percebemos que muito do que o RH faz é ajudar líderes a ser melhores. Alternativamente, se a gente consegue fazer com que os líderes sejam melhores, ajudamos o RH”, explica.
O app possui uma tecnologia patenteada da empresa. Toda a jornada começa com um simples e-mail para os colaboradores, que escolhem um emoji para expressar um sentimento sobre seu trabalho naquela semana. A resposta e os comentários da pessoa vão direto para o gestor ou gestora, que fica responsável por marcar uma reunião periódica e recebem o relatório do feedback dos funcionários, que se transforma em pauta para o famoso “one on one”.
O outro recurso da tecnologia é uma pesquisa de prioridades da semana, as quais ficam alinhadas com as metas de cada área ou funcionários. Os colaboradores mandam suas listas para os gestores, que podem comentar e ajudar na sua organização. Uma utilidade dessa função é detectar quando um funcionário está sobrecarregado, por exemplo. O acúmulo de serviço pode prejudicar outras entregas e poderia ser remanejado pela equipe.
Segundo Mello, esses vários fatores que acontecem ao longo da semana de trabalho que podem parecer pequenos, mas uma simples conversa facilitaria a qualidade do trabalho e o bem-estar do funcionário. “Queremos agregar mais três ferramentas ao longo do próximo ano, temos a visão de que realmente será uma caixa de ferramentas para o líder ou a líder. A ideia é que cada dupla de líder e liderado possa definir o que funciona melhor para essa troca”, comenta o CEO.
Todo o processo usa princípios de “gameficação”, tornando a conversa mais fluida e sem deixar pontas soltas. Às vezes, uma reunião cancelada pode significar atrasos em projetos ou deixar o colaborador com um sentimento de negligência. Dessa forma, o app estimula a criação de uma rotina de feedbacks e um fluxo de comunicação constante. O que pode acontecer com ou sem o home office.
“Eu vejo como um equilíbrio entre a interação remota e digital com o presencial. Você pega diversos pontos dessa jornada, com comunicações assíncronas, como a pesquisa no e-mail e comentários no app, e momentos ao vivo das reuniões. O que começa remoto vira pauta para reunião. Esse fluxo interessante ajuda a otimizar o tempo”, fala o executivo.
A expectativa para a permanência do home office após a pandemia, com os funcionários desfrutando de maior flexibilidade para ir à empresa ou no expediente, casa com o surgimento de tecnologias como essa que farão parte das novas rotinas criadas nas empresas. “O fato de que mais de 20.000 pessoas começaram a usar o aplicativo nos nossos clientes tem relação com uma necessidade vinda do trabalho remoto. As pessoas estavam desesperadas por uma ferramenta para ajudar na comunicação. O uso de tecnologia é um caminho sem volta, mesmo retornando ao escritório”.
Fonte: New Trade