Santa Catarina é o terceiro estado que mais criou emprego no Brasil em setembro, atrás somente de Pernambuco (15.721) e Alagoas (13.395). De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho, foram abertos 3.550 postos de trabalho formais, variação de 17,8% em relação a agosto, que havia registrado cerca de 3 mil novas vagas.
Em relação a setembro de 2015, o resultado líquido ganha ainda mais relevância, já que naquele período o estado havia perdido 4.425 postos. Novamente, os números positivos foram puxados pelos setores do serviço, com 1.469 vagas, e comércio, com 1.461. Completam o quadro a indústria, que contratou 957 funcionários a mais do que demitiu, e a agropecuária, com resultado positivo de 156. O único setor que demitiu mais que contratou foi construção civil, com um saldo líquido de -493 empregos.
No acumulado do ano, Santa Catarina continua no negativo, com 6.931 postos de postos de trabalho a menos. Porém, este número é menor na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o estado havia fechado 14.275 postos de trabalho.
“Os dados apontam uma melhora nas condições de empregabilidade da economia catarinense, reflexo principalmente da percepção de que a economia brasileira tende a melhorar nos próximos meses com a dissipação de boa parte das incertezas políticas. Isso também se reflete nos índices de confiança em elevação, tanto do empresário do comércio, quanto do consumidor”, afirma o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.
A temporada de verão deve dinamizar o mercado de trabalho. A expectativa da entidade é de abertura de 4500 vagas de empregos temporários entre dezembro e março, próximo ao verificado no ano passado. Estima-se que cerca de 15% serão efetivados, abaixo da média de 20,0%.
Para o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, a recuperação efetiva do setor depende das decisões em Brasília: “É fundamental criar as bases efetivas para essa recuperação econômica, o que passa invariavelmente pela aprovação de medidas que corrijam o desequilíbrio fiscal, com a PEC 241 e a Reforma da Previdência, além de modernizar a legislação trabalhista e a carga de impostos paga no Brasil”, afirma.
Vale do Itajaí na ponta
O destaque em setembro fica por conta de Itajaí, com a maior criação líquida de emprego (242, sendo a maior parte deles no comércio, com 92), seguido por Brusque, com 225, e São José, com 179. No acumulado do ano, Gaspar assume a ponta com 1.112 postos de trabalho criados, seguido por Blumenau com 1.041; Brusque, 1.036 e Timbó com 1.010.
Os dados reafirmam o crescimento do Vale do Itajaí na criação de emprego. Fruto da diversificação econômica da região, municípios como Brusque destacam-se com vagas na indústria, Itajaí no comércio e Blumenau nos serviços.
Cenário nacional
O taxa de desemprego no Brasil continua em alta, mas em um ritmo menor. A renda também vem caindo menos e registrou leve alta na comparação com o segundo trimestre do ano.
No Brasil foram fechadas 39.282 postos de trabalho formais em setembro, resultado inferior aos 95.602 de 2015, mas superior aos 33.953 encerrados em agosto. No acumulado dos nove primeiro meses do ano, o país já perdeu 717.502 vagas de emprego, enquanto que no mesmo período do ano passado o resultado líquido estava em -729.583.
A taxa de desocupação foi estimada em 11,8% no trimestre móvel encerrado em setembro de 2016, segundo dados do IBGE, crescimento de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao período entre abril e junho deste ano (11,3%). Na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, julho a setembro de 2015, quando a taxa foi estimada em 8,9%, o quadro também foi de elevação (2,9 p.p.).
A população desocupada de 12 milhões de pessoas cresceu 3,8% (mais 437 mil pessoas) em relação ao trimestre de abril a junho de 2016 e subiu 33,9% (mais 3,0 milhões de pessoas) no confronto com igual trimestre de 2015.
Já a população ocupada de 89,8 milhões de pessoas apresentou redução de 1,1%, quando comparada com o trimestre de abril a junho de 2016 (menos 963 mil pessoas). Em comparação com igual trimestre de 2015, foi registrada queda de 2,4% (menos 2,3 milhões de pessoas).
O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos (R$ 2.015) cresceu 0,9% frente ao trimestre de abril a junho de 2016 (R$ 1.997) e caiu 2,1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 2.059).
O desempenho no país também é fruto do aumento dos índices de confiança do mercado. No entanto, Breithaupt pondera que a recuperação e a volta do crescimento econômico só virão com o equilíbrio do cenário fiscal do Brasil, que provocará a queda dos juros e da inflação, melhorando o ambiente para os investimentos produtivos, fundamentais para a geração de emprego.
Fonte: Fecomércio SC