25 jul 2014

Taxa dos títulos aumenta devido a liquidez mundial

Tesouro obteve juros de 5,131% ao ano para papéis de cerca de 30 anos, com vencimento em 2045. Foto: Divulgação

Tesouro obteve juros de 5,131% ao ano para papéis de cerca de 30 anos, com vencimento em 2045. Foto: Divulgação

As taxas obtidas pelo Tesouro Nacional na emissão de US$ 3,55 bilhões de títulos no exterior estão relacionadas à diminuição da liquidez internacional, não a uma eventual desconfiança dos investidores estrangeiros em relação à economia brasileira. A avaliação é do coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido.

Nas emissões no mercado internacional ocorridas nesta quarta, dia 23 e quinta-feira, dia 24, o Tesouro obteve juros de 5,131% ao ano para papéis de cerca de 30 anos, com vencimento em 2045. Na última operação do tipo, em novembro de 2011, as taxas haviam ficado menores, em 4,694% ao ano, também para títulos de 30 anos.

Segundo Garrido, o fato de, em 2011, os Estados Unidos estarem em pleno processo de injeção de dólares na economia mundial, reduziu as taxas de juros em todo o planeta na época. “Temos de olhar as condições macroeconômica da época. Em 2011, estávamos no auge da liquidez internacional, com taxas em níveis historicamente baixos”, explicou.

Por meio das emissões externas, o Tesouro capta recursos no mercado internacional. Os juros, em tese, refletem a percepção dos investidores estrangeiros em relação à capacidade de o país honrar os compromissos. Quanto menor a taxa, maior a confiança.

No ano passado, os Estados Unidos começaram a retirar os estímulos monetários. Para mostrar que a mudança nos juros está relacionada à diminuição da liquidez internacional, Garrido apresentou dados que comprovam que outros países latino-americanos também emitiram títulos com taxas mais altas neste ano. “O México e a Colômbia recentemente lançaram papéis de 30 anos com cupom de mais de 5,5% ao ano”, ressaltou.

O coordenador destacou ainda que os investidores estrangeiros continuam interessados não apenas nos títulos da dívida externa, mas também investem na dívida interna do país. A parcela da dívida interna nas mãos de não residentes aumentou de R$ 369,8 bilhões em maio para R$ 383,6 bilhões em junho, alta em torno de 14%. “Isso mostra que o Brasil permanece um país interessante para os aplicadores estrangeiros”, disse. (Agência Brasil, com colaboração de Daniel Lima)

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Via: economiasc.com.br