
Segundo a Adirpi, grande desafio é a identificação visual do rolamento falsificado, pois muitos são novos e gravados com marcas reconhecidas pelo mercado. Foto: Adirpi/Divulgação
Cerca de 20% dos rolamentos industriais comercializados no Brasil são de produtos falsificados, de acordo com a Adirpi (Associados Distribuidores e Importadores de Rolamentos e Peças Industriais). Além das importações, as piratarias são produzidas internamente. Santa Catarina, por exemplo, concentra grande número deste tipo de falsificação.
A prática criminosa, que movimenta R$ 200 milhões ao ano, produz prejuízos incalculáveis a mineradoras, siderúrgicas, cargueiros, indústrias de papel e celulose, agronegócios, entre outros segmentos importantes da economia.
A fim de conscientizar industriais sobre os cuidados necessários na aquisição dessas peças e os riscos que o uso de produtos piratas podem causar, a Adirpi criou a campanha “Um rolamento falsificado pode quebrar o seu negócio”.
“O industrial é enganado pela aparência dos produtos, muito parecidos com os originais e seduzido pelo preço, compra a falsificação, o que coloca em risco tanto vidas humanas quanto seu próprio negócio”, afirma Carlos Fávaro, diretor da entidade.
A campanha brasileira está ligada à global Stop Fake Bearings promovida pela WBA (World Bearing Association), uma iniciativa para alertar sobre os problemas relativos ao comércio de rolamentos falsificados.
No Brasil, a associados formou um grupo de trabalho no combate à falsificação e adulteração do dispositivo. A campanha de conscientização sobre os riscos de aquisição de um rolamento falsificado consiste na distribuição de folder, palestras e também o acesso a materiais educativos disponíveis no site da entidade.
Segundo a Adirpi, o grande desafio é a identificação visual do rolamento falsificado, pois podem ser rolamentos novos de qualidade inferior, gravados com marcas reconhecidas pelo mercado a fim de atrair compradores com preços baixos. “Alguns falsificadores ainda reutilizam embalagens descartadas e rolamentos sucateados através de processo de usinagem e polimento, para depois vendê-los como originais novos, pois a aparência remete a um produto sem uso”, alerta.
Por esse motivo, um dos motes da campanha é demonstrar a necessidade de cuidado ao descartar um rolamento que já completou a sua vida útil. “É importante que usuários utilizem um processo de destruição do rolamento sucateado e sua embalagem afim de que não seja possível mais reutilizá-lo”, observa Fávaro.
Os rolamentos falsificados são encontrados em praticamente todos os lugares ao longo da cadeia de fornecimento global e, o maior problema, é não serem limitados a tamanho ou tipo. Apesar da percepção de que rolamentos menores para aplicações automotivas ou para eletrodomésticos predominam por serem fáceis de copiar, os rolamentos de grande porte falsificados estão cada vez mais comuns no mercado de reposição industrial.
Apesar de existirem diversos casos de falsificação, que resultaram na parada de indústrias, é difícil mensurar os prejuízos causados pelo problema. “Vimos o caso de uma siderúrgica que substituiu os rolamentos e, depois de duas a três horas de operação, identificou um desempenho muito baixo. A equipe de manutenção da usina foi forçada a parar o equipamento, desmontar os rolamentos, e remontar os rolamentos antigos”, conta. Ao todo, haviam sido adquiridos cerca de mil rolamentos falsificados.
Outro caso ocorreu em uma refinaria petroquímica, a qual foi forçada a uma parada de emergência, para revelar que foram fornecidos rolamentos de fontes não confiáveis. Após apenas dois dias em operação, um desses rolamentos falhou em uma aplicação crucial, forçando uma parada não planejada. “Por isso recomendamos aos usuários de manutenção industrial a adquirirem rolamentos apenas de fontes confiáveis tais como distribuidores autorizados pelos fabricantes de rolamentos”, diz Fávaro.
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Via: economiasc.com.br